Corpos ditos pelo outro: Uma leitura de Michel de Certeau

O objetivo deste artigo é tematizar a reflexão de Michel de Certeau sobre os sentidos atribuídos ao corpo pela cultura ocidental, apontando também suas ressignificações pela religiosidade cristã. Para tanto, em termos metodológicos, atentou-se aos diálogos interdisciplinares promovidos por este auto...

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Bibliographic Details
Published in:Horizonte
Authors: Mori, Geraldo Luiz de 1960- (Author) ; Buarque, Virgínia (Author)
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
Check availability: HBZ Gateway
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Fernleihe:Fernleihe für die Fachinformationsdienste
Published: [publisher not identified] [2016]
In: Horizonte
Further subjects:B Corpo
B Mística
B Autoridade
B Mysticism
B Authority
B Michel De Certeau
B Ficção
B Body
B Fiction
Online Access: Volltext (doi)
Volltext (kostenfrei)
Description
Summary:O objetivo deste artigo é tematizar a reflexão de Michel de Certeau sobre os sentidos atribuídos ao corpo pela cultura ocidental, apontando também suas ressignificações pela religiosidade cristã. Para tanto, em termos metodológicos, atentou-se aos diálogos interdisciplinares promovidos por este autor, que transitava entre os campos da psicanálise, da história, da linguística, da filosofia, da teologia e da espiritualidade. Como primeira hipótese, postula-se que, para De Certeau, o corpo configura-se como uma “ficção” viabilizadora de práticas sociais, ou seja, uma instância de “autoridade” capaz de suscitar adesões, conflitos e transformações. Isto porque, segundo este intelectual jesuíta, o corpo constitui-se, simultaneamente, tanto como um aporte simbólico de poderes institucionalizados, como mediação para bricolagens, desvios e transgressões político-culturais promovidas no cotidiano. De forma concomitante, considera-se como segunda hipótese que, como indicado por De Certeau, o corpo na tradição cristã foi também vivenciado como instância “mística”, isto é, enunciador, por suas manifestações, do anseio por ser habitado por um outro/Outro. Sugere-se ainda que a atualização dessa condição existencial e política no tempo presente viabiliza aos sujeitos positivarem sua intrínseca incompletude e fragilidade humanas, favorecendo, em decorrência, experiências histórico-sociais mais sensíveis e compartilhadas.
ISSN:2175-5841
Contains:Enthalten in: Horizonte
Persistent identifiers:DOI: 10.5752/P.2175-5841.2016v14n44p1538