Summary: | Nos últimos dois séculos, livros e manuais de introdução ao Hinduísmo, assim como dicionários ocidentais de sânscrito, têm definido sa ṃ nyāsa como a etapa de vida (āsrama) do ascetismo renunciante hindu. Contudo, revisões acadêmicas modernas apontam para uma natureza sui generis adquirida pela palavra sa ṃ nyāsa nas Leis de Manu (Mānava-Dharmasāstra) e ausente na grande maioria das fontes em sânscrito e tradições hindus. O objetivo deste artigo é lançar um olhar sobre a maneira pela qual as Leis de Manu (Mānava-Dharmasāstra) descrevem e qualificam sa ṃ nyāsa segundo as funções de natureza secular que lhe atribui no âmbito do sistema var ṇ a-āsrama, de modo a enxergar nestes usos explicações racionais inerentes à funcionalidade da sociedade védica de acordo com fins práticos necessários à sua manutenção. Além disso, buscou-se salientar o modo como as Leis de Manu (Mānava-Dharmasāstra) elaboram explicações meta-racionais e religiosamente fundamentadas, com ações orientadas para fins transcendentais a partir da prescrição de injunções rituais e a busca por bens espirituais.
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