A jangada do self: usos soteriológicos do eu e do não-eu no Buddhismo antigo

O objetivo deste artigo é sugerir que os ensinamentos Buddhistas sobre anattā (não-eu) não devem ser entendidos como uma negação categórica do eu, mas fazem parte de uma estratégia soteriológica comumente empregada pelo Buddha, de utilizar algo como ferramenta para o seu próprio fim. Tomando o kamma...

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Main Author: Carvalho, Felipe Nogueira de (Author)
Format: Electronic Article
Language:Portuguese
Check availability: HBZ Gateway
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Fernleihe:Fernleihe für die Fachinformationsdienste
Published: ABHR [2019]
In: Plura, revista de estudos de religião
Year: 2019, Volume: 10, Issue: 1, Pages: 4-20
Standardized Subjects / Keyword chains:B Buddhism / Pāli / Canon / Self / Anātman
RelBib Classification:AB Philosophy of religion; criticism of religion; atheism
BL Buddhism
Online Access: Volltext (kostenfrei)
Description
Summary:O objetivo deste artigo é sugerir que os ensinamentos Buddhistas sobre anattā (não-eu) não devem ser entendidos como uma negação categórica do eu, mas fazem parte de uma estratégia soteriológica comumente empregada pelo Buddha, de utilizar algo como ferramenta para o seu próprio fim. Tomando o kamma (ação) como o elemento central que estrutura todos os ensinamentos, podemos pensar na identificação do eu como um tipo de ação. Algumas instâncias desta ação serão hábeis e condutoras à libertação, e outras inábeis e condutoras ao sofrimento. Com isso em mente, este artigo irá analisar algumas ações inábeis do eu e do não-eu em suttas selecionados do Cânone Pali, mostrando como se encaixam na estratégia do Buddha de se utilizar de elementos como ferramentas para o abandono desses próprios elementos. Nessa perspectiva, o eu não é negado em absoluto desde o início do caminho, mas aprende-se a usá-lo de forma hábil como um meio de abandoná-lo.
ISSN:2179-0019
Contains:Enthalten in: Plura, revista de estudos de religião