Experiência mística ou loucura?: Uma distinção sociocultural?
Em 1989, o psicanalista indiano Sudhir Kakar, enquanto preparava um ciclo de conferências para a universidade de Chicago, ao comentar incidentalmente sobre seu trabalho a respeito do grande místico Ramakrishna, chamou a atenção da filósofa francesa Catherine Clément, ao descrever seus sintomas. O li...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Electronic Article |
Language: | Portuguese |
Check availability: | HBZ Gateway |
Fernleihe: | Fernleihe für die Fachinformationsdienste |
Published: |
Ediçoes Universitárias Lusófonas
[2013]
|
In: |
Revista lusófona de ciência das religiões
Year: 2013, Volume: 18/19, Pages: 325-334 |
Further subjects: | B
Experiência Mística
B Psicopatologia B Cultura B Mystical Experience B Psychopathology B Culture |
Online Access: |
Volltext (Verlag) |
Summary: | Em 1989, o psicanalista indiano Sudhir Kakar, enquanto preparava um ciclo de conferências para a universidade de Chicago, ao comentar incidentalmente sobre seu trabalho a respeito do grande místico Ramakrishna, chamou a atenção da filósofa francesa Catherine Clément, ao descrever seus sintomas. O livro de Pierre Janet (De l’angoisseà l’extase) , que Catherine tinha em sua biblioteca, narrava a história da “louca” Madeleine, paciente de Janet por vinte anos, que apresentava fenômenos muito semelhantes aos do mestre indiano: êxtases, sintomas orgânicos e hábitos místicos. Havia apenas uma única diferença e que se constituía como viga mestra entre ambos:enquanto o místico vivia em Calcutá, a doente francesa foi hospitalizada durante longos anos no hospital da Salpetrière, por delírio místico. Este artigo é baseado no livro A louca e o santo e tem por objetivo demonstrar o quanto a cultura influencia no diagnóstico com base em fenômenos relacionados a estados alterados de consciência. In 1989, sudhir Kakar, an indian psychoanalyst, was preparing a cycle of conferences for theuniversity of chicago, when incidentally commenting on his work about the great mystic Ra-makrishna, caught the French philosopher catherine clément attention, describing his symp-toms. The Pierre Janet’s book (De l’angoisse à l’extase) that catherine had in his library, nar-rated the story of the “mad” madeleine, Janet patient for twenty years, which had very sim-ilar phenomena to the Indian master: ecstasies, organic symptoms and mystics habits. Therewas only one difference and that is constituted as a girder between them: while the mysticlived in calcutta, the French patient was hospitalized for many years at the salpetrière hos-pital, by mystic delirium. This article is based on the book The madwoman and the Holy (LaFolle et le saint) and aims to demonstrate how culture influences the diagnosis based on phe-nomena related to altered states of consciousness. |
---|---|
Contains: | Enthalten in: Revista lusófona de ciência das religiões
|